segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Coco vendido em praças de Belém tem coliformes

DATA: 20/9/2010
FONTE: DIÁRIO DO PARÁ em Ciência em Ação / Página A6
Uma pesquisa realizada pela aluna egressa do curso de Nutrição do Centro Universitário do Pará (Cesupa) Elzilana Araújo analisou as condições higiênico-sanitárias do coco comercializado nas principais praças de Belém e constatou a presença de coliformes fecais e salmonela na água do fruto que muitos paraenses usam para se refrescar no calor. Das 30 amostras coletadas, metade estava contaminada com salmonela e coliformes fecais, a partir do ambiente, da falta de higiene, das condições insalubres e da manipulação incorreta feita pelos vendedores. O trabalho, orientado pela professora Suely Ribeiro, partiu de coletas realizadas nos próprios locais de venda, com a água sendo colocada em sacos herméticos e transportada ao laboratório de microbiologia de alimentos para análise. Vários fatores podem estar associados ao resultado. Para Elzilana Araújo, os vendedores se preocupam em ganhar a simpatia do freguês, mas não com a boa higienização dos utensílios, como a faca usada para cortar a casca do fruto, que muitas vezes está enferrujada. No entanto, a principal fonte de contaminação se dá quando o coco entra em contato com a água dos isopores (ambiente poroso) e refrigeradores onde fica armazenado, o que gera a proliferação de microorganismos. “Faltam informações aos vendedores a respeito de higiene, pois, quando se trata de produto para consumo humano, deve-se ter total cuidado com a manipulação do produto. Os responsáveis deveriam fazer treinamentos para assegurar a saúde dos consumidores”, conclui Elzilana, que também fala sobre a responsabilidade do consumidor em atentar para as condições de higiene. Ela conta que, no processo de coleta, o que dificultou o resultado da pesquisa foi a busca de informações com os próprios vendedores, que, com “medo de serem pegos”, omitiam a procedência do produto, a forma de transporte e armazenamento. Quem consome o coco contaminado pode apresentar diarreia, dores abdominais, intoxicação alimentar e outros problemas de saúde. A PESQUISA Elzilana Araújo coletou 30 amostras de água-de-coco vendida em diferentes praças de Belém e armazenou o líquido em sacos herméticos, além de entrevistar os vendedores e observar as condições gerais de ambiente dos pontos de venda. NO LABORATÓRIO As amostras foram analisadas no laboratório de microbiologia de alimentos do Cesupa. Cinco dias depois, o resultado indicou que 15 das 30 amostras estavam contaminadas por coliformes fecais e por salmonela. FISCALIZAÇÃO Vigilância Sanitária A Divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos é responsável por realizar inspeções sanitárias em estabelecimentos - inclusive os ambulantes - que preparam, distribuem ou comercializam qualquer tipo de alimento. Todos os municípios devem ter Vigilância Sanitária instituída junto às secretarias municipais de Saúde, ligadas ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Em Belém O Departamento de Vigilância Sanitária em Belém fica na travessa da FEB, nº 77, entre avenidas 25 de Setembro e Almirante Barroso, no bairro de São Brás.Fones: 3266-8666/3266-1568. (Diário do Pará)